Jesus, ao se aproximar o momento de Seu martírio, teve longas conversas, nas quais instruiu Seus discípulos a respeito dos tempos vindouros.
Em dado momento, afirmou:
Todavia, digo-vos a verdade: a vós convém que eu vá.
Semelhante declaração do Mestre é rica de significados.
Ninguém como Ele soube amar tanto e tão bem.
Contudo, foi o primeiro a reconhecer a conveniência de Sua partida, em favor dos companheiros.
Que teria acontecido, se Jesus teimasse em permanecer?
Provavelmente, as multidões terrestres teriam acentuado as tendências egoístas, consolidando-as.
Como o Divino Amigo havia buscado Lázaro no sepulcro, ninguém mais se resignaria à separação pela morte.
Por se haverem limpado alguns leprosos, ninguém aceitaria, de futuro, a cooperação proveitosa das moléstias físicas.
O resultado lógico seria a perturbação geral no mecanismo evolutivo.
O Mestre precisou ausentar-Se para que o esforço de cada um se fizesse visível no Plano Divino da obra mundial.
De outro modo, seria perpetuar a indolência de uns e o egoísmo de outros.
Os Apóstolos permaneceriam como alunos, confortavelmente situados ao lado de seu Mestre.
Não se lançariam nos rudes testemunhos que os burilaram e amadureceram.
A todo momento, poderiam contar com o esclarecimento direto do Cristo.
Consequentemente, não decidiriam por si mesmos quanto aos seus destinos.
Poderiam até se comportar bem, mas não teriam maiores méritos.
Sob diferentes aspectos, a grande hora da família evangélica repete-se nos agrupamentos humanos.
Inúmeras vezes surgem a viuvez, a orfandade, o sofrimento da distância, a perplexidade e a dor, por elevada conveniência do bem comum.
É da natureza humana rejeitar o sofrimento.
Sempre se deseja o caminho mais fácil e a proximidade dos amores mais caros.
Ocorre que a vida terrena ainda por um tempo será destinada à vivência de provas e expiações.
Espíritos necessitados de experienciar eventos dolorosos e de testemunhar sua firmeza no bem é que nela renascem.
Essa é a finalidade do globo terrestre.
Ele serve de palco a lutas redentoras e a abençoados esforços para um viver digno.
Nesse contexto, há luto, separações e lágrimas.
Mas não são castigos, tragédias ou desgraças.
Representam antes um programa anteriormente traçado para a dignificação de quem os deve vivenciar.
No momento exato, é preciso cumprir a programação sem dramas em excesso.
Em momentos de grande dor, convém recordar a passagem evangélica em que Jesus anunciou sua partida.
As separações no mundo são mesmo tristes.
Contudo, se a morte do corpo é renovação para quem parte, também representa vida nova para os que ficam.
Pense nisso.
Em 03.11.2010.
Abraços
J.L.Veiga
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