Muitas pessoas que se interessam pelo
Espiritismo manifestam muitas vezes o pesar de não possuírem senão muito
imperfeito conhecimento da biografia de Allan Kardec, e de não saberem
onde encontrar, sobre aquele a quem chamamos Mestre, as informações que
desejariam conhecer. Pois é para honrar Allan Kardec e festejar a sua
memória que nos achamos hoje reunidos, e mesmo sentimento de veneração e
de reconhecimento faz vibrar todos os corações.
Em respeito ao fundador da filosofia
espírita, permiti-me, no intuito de tentar corresponder a tão legítimo
desejo, que vos entretenha alguns momentos com esse Mestre amado, cujos
trabalhos são universalmente conhecidos e apreciados, e cuja vida íntima
e laboriosa existência são apenas conjeturadas. Se fácil foi a todos os
investigadores conscienciosos inteirarem-se do alto valor e do grande
alcance da obra de Allan Kardec pela leitura atenta das suas produções,
bem poucos puderam, pela ausência até hoje de elementos para isso,
penetrar na vida do homem íntimo e seguí-lo passo a passo no desempenho
da sua tarefa, tão grande, tão gloriosa e tão bem preenchida.
Não somente a biografia de Allan Kardec é
pouco conhecida, senão que ainda está por ser escrita. A inveja e o
ciúme semearam sobre ela os mais evidentes erros, as mais grosseiras e
as mais impudentes calúnias. Vou, portanto, esforçar-me por mostrar-vos,
com luz mais verdadeira, o grande iniciador de quem nos desvanecemos de
ser discípulos. Todos sabeis que a nossa cidade se pode honrar, a justo
título, de ter visto nascer entre seus muros esse pensador tão arrojado
quão metódico, esse filósofo sábio, clarividente e profundo, esse
trabalhador obstinado cujo labor sacudiu o edifício religioso do Velho
Mundo e preparou os novos fundamentos que deveriam servir de base à
evolução e à renovação da nossa sociedade caduca, impelindo-a para um
ideal mais são, mais elevado, para um adiantamento intelectual e moral
seguros.
Foi, com efeito, em Lyon, que, a 3 de
outubro de 1804, nasceu de antiga família lionesa, com o nome de Rivail,
aquele que devia mais tarde ilustrar o nome de Allan Kardec e
conquistar para ele tantos títulos à nossa profunda simpatia, ao nosso
filial reconhecimento. Eis aqui a esse respeito um documento positivo e
oficial: “Aos 12 do vindemiário3 do ano XIII, auto do nascimento de
Denizard Hippolyte-Léon Rivail, nascido ontem às 7 horas da noite, filho
de Jean Baptiste – Antoine Rivail, magistrado, juiz, e Jeanne Duhamel,
sua esposa, residentes em Lyon, rua Sala n° 76. “O sexo da criança foi
reconhecido como masculino. “Testemunhas maiores: “Syriaque-Frédéric
Dittmar, diretor do estabelecimento das águas minerais da rua Sala, e
Jean-François Targe, mesma rua Sala, à requisição do médico Pierre
Radamel, rua Saint-Dominique n° 78. 3 Veja-se “Reformador” de abril de
1947, pág, 85.
Fonte: FEB
Breve nova Postagem!
Obrigado Amigos, abraços.
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