É comum esquecermos, com muita rapidez, dos
benefícios recebidos. Basta que o amigo ou alguém que sempre nos estendeu a
mão, certo dia nos diga não.
É o que basta para considerarmos que aquela pessoa
é má, indiferente, e todos os outros adjetivos ruins que nossa memória possa
lembrar.
Da mesma forma, pessoas que temos em bom conceito,
rapidamente se modificam, sob nosso ponto de vista. Por algo que tenham feito,
um pequeno deslize cometido, deixam de merecer nossa consideração. Por vezes,
são de forma repentina, alijadas do nosso convívio.
São pessoas com as quais
não desejamos mais ter contato.
Esse tipo de comportamento nos recorda de um fato
acontecido, há muito tempo.
Existiu entre os anos 1870 e 1911 uma empresa
chamada Standard Oil Company. Seu diretor era John D. Rockfeller. Certo dia, um
executivo da companhia tomou uma decisão errada, que custou à empresa mais de
dois milhões de dólares. No dia que a notícia vazou, a maior parte dos
executivos procurou todos os meios para evitar Rockfeller. Todos temiam que a sua ira se abatesse sobre
as suas cabeças. Todos, menos um dos sócios da companhia.
Edward Bedford tinha uma reunião agendada com
Rockfeller e a manteve.
Dirigindo-se para a sala, ficou imaginando que
longo discurso ouviria contra o homem que cometera o erro. Quando entrou na
sala, o diretor do império Standard Oil estava com a cabeça curvada sobre a
mesa e fazia anotações.
Bedford ficou esperando, parado, em silêncio.
Depois de alguns minutos, sua presença foi percebida. Rockfeller olhou para ele
e disse calmamente: Você ouviu a respeito do prejuízo?
E ante a resposta
afirmativa, continuou: Estive pensando sobre o assunto e fiz algumas
anotações antes de chamar o homem para conversar. O diretor mostrou o que
escrevera. No topo da página estava escrito: Pontos a favor do senhor fulano
de tal. Seguia-se uma longa lista das virtudes do homem. Inclusive uma
breve descrição de três ocasiões distintas em que ele havia tomado a decisão
correta, gerando lucros. Os lucros somados superavam em muitas vezes o valor do
prejuízo recente.
Conta Bedford que nunca se esqueceu daquela lição,
que lhe serviu para a vida.
Todas as vezes que foi tentado a dispensar alguém,
ele fazia o que fizera Rockfeller.
Sentava e escrevia uma lista com o maior número de
qualidades possíveis dessa pessoa.
Confessa que, todas as vezes, ao terminar o
levantamento, conseguia ver a questão sob outro ângulo, dominando seu impulso
inicial.
Segundo ele, tal hábito lhe evitou cometer o mais
dispendioso erro para um executivo: perder o autocontrole.
Se cada um de nós agisse de igual forma com os
amigos, conhecidos, parentes que nos rodeiam, manteríamos em melhores condições
nossos relacionamentos inter-pessoais.
No mínimo, deixaríamos de ser injustos, em nossa
precipitação. Também não precisaríamos pedir tantas desculpas, posteriormente.
Nem nos sentiríamos envergonhados pelas tantas
vezes que nos mostramos ingratos.
Nem sofreríamos tanto, por mágoa, inútil e tola.
Pensemos no exemplo e, quando tivermos vontade de
romper com alguém, de lhe dizer impropérios, de lhe lançar em rosto “muitas
verdades”, estanquemos a vontade.
Consultemos os arquivos da memória e lembremos
quantas vezes aquela pessoa foi nosso sustentáculo, nosso apoio. Quantas vezes
nos ajudou, quantas alegrias colocou em nossas vidas, quanto nos serviu. Com certeza nos surpreenderemos descobrindo
que a soma dos benefícios recebidos supera em muito a do momento atual.
Então, manteremos a amizade, lembraremos de
agradecer pelo tanto que representa em nossa vida. Finalmente, nós mesmos
haveremos de reconhecer como nossa vida se tornaria insípida sem aquela
criatura que deus colocou em nosso caminho.
(Fonte: livro Histórias para o coração do homem, de Alice Gray e Al Gray)
Mensagem enviada pelo Amigo e Colaborador Sergio Giese e-mail: sergio@bsdux.com.br
Obrigado
Abraços
J.L.Veiga
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