Em certo trecho do Evangelho, Jesus
afirma ser estreita a porta que conduz à salvação e que poucos a encontram.
Uma leitura apressada dessa passagem
poderia conduzir à conclusão de que a ampla maioria da Humanidade fatalmente
sucumbirá, vítima de seus equívocos.
Entretanto, é necessário ponderar que
Jesus também disse que nenhuma de Suas ovelhas se perderia.
Conjugando-se essas duas passagens,
conclui-se que a obra da própria redenção é trabalhosa, mas todos a realizam. Trata-se da única conclusão harmoniosa com a
existência de um Deus Onipotente, Onisciente e Bondoso. É incompatível com a bondade de Deus
imaginar que Ele tenha criado seres destinados à perdição.
Como Ele tudo sabe e nada O pode
surpreender, uma única criatura que se perdesse já colocaria em xeque Sua
bondade.
Afinal, no ato da Criação, Deus já
saberia o triste destino daquele ser.
O Espiritismo ensina que todos os
Espíritos são criados em estado de simplicidade e ignorância. Agraciados com os
gérmens de todos os dons, devem desenvolvê-los à custa do próprio esforço.
No processo de aprender, equívocos são
cometidos e maus hábitos, adquiridos.
Entretanto, as oportunidades de
aprendizado e reparação sempre se sucedem.
Quem se dedica seriamente ao
aprendizado, realiza-o em breve tempo.
Já os recalcitrantes são conduzidos por
entre dores e decepções.
Toda desgraça causada ao semelhante
deve ser reparada. Todos os vícios
precisam ser abandonados. Compaixão, pureza, lealdade e amor ao trabalho são
apenas algumas das virtudes a serem assimiladas ao caráter.
O processo de sua consolidação e
vivência constitui obra dos séculos.
Ninguém se torna sábio e bondoso em um
repente.
No entanto, sabedoria e bondade são
metas impostas por Deus a todos os Espíritos.
Por se tratarem de desígnios Divinos,
eles se cumprem em cada ser, mais cedo ou mais tarde. Quando o Espírito se harmoniza com as Leis
Divinas, ele transcende.
Purificado de todos os vícios e
mazelas, parte para novas etapas de sua jornada pelo Infinito.
As dores e as tristezas ficam para trás. Seu aprendizado continua em corpos mais
sutis.
Liberto do apego às coisas materiais, também se distancia das dores que
a matéria causa.
A estreiteza da porta a que se refere o
Cristo relaciona-se com a dificuldade que o ser enfrenta para libertar-se de
suas paixões. A conquista da sabedoria
implica assimilar a real importância de todas as coisas e situações.
Nem desprezo e nem apego, mas sábia
utilização. Dinheiro, alimento, sexo e
poder, tudo isso é útil e bom na medida e no contexto certo.
Na obra da Criação não há nada de
intrinsecamente errado ou mau.
O exagero na utilização dos dons da
vida é que causa distúrbios.
Os recursos à disposição das criaturas
são essencialmente neutros.
Na abundância é necessário usar com
sobriedade e partilhar.
Na falta, não se consumir em inveja e
recalque.
Em qualquer situação, ser um amante do
trabalho e do progresso.
Para bem viver é necessário assumir a
postura de dedicado aprendiz.
Qualquer que seja a lição apresentada
pela vida, fazê-la de bom grado.
Prestar atenção nas situações que se
sucedem, a fim de identificar e corrigir os próprios defeitos. O burilamento do próprio caráter constitui a
tarefa maior de cada ser.
A conquista de virtudes e o abandono
dos vícios são deveras trabalhosos.
Mas constituem a porta estreita pela
qual todos devem passar rumo à suprema felicidade.
Mensagem enviadas por e-mail pelo Amigo e Colaborador Sergio Giase
Obrigado
Abraços
J.L.Veiga
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